Angelina Da Costa
Saulo me deixou na chácara. Saiu, sem me chamar, sem dizer que horas voltava. Não me cobrou esta bem no trabalho, e nem se quer me exigiu estar lá, mesmo que tivesse uma audiência marcada. Eu não me sentia bem, estava nitido, estampado.
Na minha mente, eu ainda estava lá... no canto do quarto. Com Raul em cima de mim.
Ainda ouvia os gritos dele. Sentia o cheiro do álcool na minha pele.
E por mais que eu olhasse ao redor, tentando repetir pra mim mesma: "acabou, já passou", nada funcionava.
A manhã passou.
Eu não saí do quarto. Permaneci ali.
E quando vieram as batidas na porta, eu fiquei parada na cama. Tremendo.
Algo dentro de mim dizia que isso não ia acabar tão cedo. Nem tão fácil. Raul não me deixaria sair da casa, tinha certeza disso, as suas perguntas ainda ecoavam, como se ele me dominasse, controlasse, e de alguma maneira eu sempre permitir isso.
- Senhorita... - A voz da mulher me chamou com cuidado.
Ela era de pele escura, cabelos cacheados com alguns fi