Saulo Prado
Por mais que fosse o meu desejo, como se fosse uma resposta, ou uma compensação dos anos perdidos com eles, eu sentia que Angelina não estava bem. Nao sabia lidar nem conhecia os efeitos de uma gravidez inesperada na vida de uma mulher, mas a conhecia o suficiente para saber que estava sendo dificil.
Eu queria cuida-la, compensa-la, mas nada parecia adiantar. Após o almoço, em que nao tive estomago, depois de limpar a sala, sob os pedidos de Carla, entrei em seu quarto, Angelina já estava na cama, o rosto vermelho, parecia cansada. Ela notou quem era, e talvez, ao me ignorar, fosse a resposta de que não me queria por perto.
- Está tudo bem com você? - Perguntei a mulher que soltou um suspiro profundo.
- Bem? Não tem como estar bem, Saulo. - Ela disse com a voz baixa, parecendo chateada.
- Porque não descansa? Os meninos já almoçaram, daqui a pouco os levo para as atividades da tarde. - Falei, ela passou a mão pelos os cabelos devagar, como buscasse um pingo de razão.