Angelina Ribeiro
Acordei com a claridade do dia atravessando as frestas da janela. A primeira pessoa que me veio à mente foi ele. Instintivamente passei a mão ao lado da cama, mesmo sabendo que Saulo havia dormido ali. O espaço estava vazio, frio.
Respirei fundo, tentando relaxar. A noite tinha sido intensa. Fizemos amor devagar, olhando nos olhos, falando em sussurros. Ele me disse que faria o possível e o impossível para ficar em Santa Verena conosco, que lutaria por nós, sua família. Ri sozinha deitada, lembrando do jeito sério como ele falou aquilo. Por mim, ele não precisava lutar mais. Eu já estava rendida, entregue... e grávida dele. O que mais eu poderia querer agora?
Rolei devagar na cama, aspirando o cheiro dele no travesseiro.
A lembrança da noite anterior, entre promessas, palavras sussurradas, planos de um futuro juntos, me invadiu. Talvez fosse o necessário, o suficiente para eu me render a ele. Saulo não havia mudado, continua o mesmo, e me ama.
Até lembrar que em pouc