POV: Dante
O cheiro dela ainda estava nas minhas mãos.
Helena era fogo e faca. E eu, um homem que sabia brincar com a morte, mas nunca soube lidar com amor. Muito menos com a ideia de perder alguém que sequer tive por completo.
Desci até a garagem do prédio dela e entrei no carro. O motorista já me esperava, com o semblante tenso.
— Seu tio quer vê-lo. Agora.
Fechei os olhos por um segundo. Isso não era bom.
A mansão dos Bellini ficava afastada da cidade, cercada por muros altos, câmeras e segredos enterrados. Entrei no salão principal com o coração acelerado, como se minha alma soubesse que alguma coisa estava prestes a ruir.
Meu tio, Salvatore Bellini, estava sentado na poltrona de couro como um rei decadente — charuto aceso, terno alinhado, olhos duros.
— A gente fez um trato, Dante. Você cuida dos negócios, mas mantém o coração fora disso.
— Eu sei o que tô fazendo.
— Sabe? Porque parece que tá comendo uma garota que deveria ser apenas mais um nome no meio da multidão. Mas não é,