Luiza
O cheiro da penitenciária era de ferro oxidado e desesperança. Eu odiava aquele lugar. O som das portas de ferro batendo, o eco dos gritos distantes e aquele clima pesado que parecia colar na pele. Mas mesmo com tudo isso, eu estava ali. Porque Augusto precisava de mim. E porque, apesar de tudo, eu ainda acreditava que podíamos sair dessa. Juntos.
Passei pela revista, caminhei até a sala de visitas e sentei na cadeira plástica desconfortável que me separava dele por uma mesa estreita. Quando Augusto entrou, eu senti meu peito apertar. Ele estava abatido, os olhos marcados pelo cansaço e a barba por fazer. Mas ainda era ele. O homem que eu amava. E que, por minha causa, agora estava atrás das grades.
— Você demorou — ele disse, a voz rouca, mas firme.
— Estava resolvendo umas coisas. Mas trouxe boas notícias.
Ele arqueou a sobrancelha, desconfiado.
— Que tipo de boas notícias?
Inclinei-me para frente e abaixei o tom da voz:
— Ou o Lucas ou o Júlio vão se entregar no seu lugar.
El