Inspetor Álvaro
Quando a confissão de Júlio Amaral caiu em nossas mãos, houve um momento de silêncio coletivo na delegacia. Todo mundo sabia que aquilo tinha cheiro de armação. E quando um crime parece redondo demais, é porque tem coisa por trás. Meu instinto não falhava, e dessa vez estava gritando.
A primeira coisa que me chamou atenção foi a data da confissão. Coincidia exatamente com o período em que nossas investigações começaram a se aproximar de... Luiza Costa. Irmã da vítima. Mulher do homem que também estava preso por suspeita. Era conveniência demais para ser coincidência.
— Eu quero os extratos financeiros do Júlio. Tudo. Movimentações, depósitos, qualquer coisa suspeita nos últimos 30 dias — pedi ao setor de análise, já sabendo que algo viria dali.
Dois dias depois, os documentos chegaram. Havia uma transferência vultuosa feita em dinheiro vivo, repassada por uma conta ligada a um fundo controlado por uma mulher chamada Miriam B. Ribeiro. Nome falso. Ao puxarmos o registro