Na manhã de segunda-feira, o clima no escritório parecia mais pesado que o normal. Helena chegou alguns minutos atrasada, depois de uma noite mal dormida em que sonhou novamente com Adriano. Mas, dessa vez, não era ela quem estava ao lado dele. Era Lígia. O riso da colega ecoava em sua mente mesmo após acordar, como se fosse uma premonição incômoda.
No andar de cima, a cena real parecia não estar muito distante do pesadelo. Adriano e Lígia já estavam reunidos em frente ao projetor, revisando as planilhas do trimestre. Ela gesticulava com entusiasmo, e ele a ouvia atentamente, às vezes sorrindo com algum comentário que só os dois partilhavam.
Helena respirou fundo, lembrando-se das palavras do chefe: “Adriano precisa de apoio especializado.” A tradução cruel ecoava em sua mente: “Você não é suficiente.”
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Lígia era, de fato, tudo o que Helena não conseguia ser naquele momento. Jovem, ambiciosa, sempre impecável. Sabia se portar diante da chefia e não perdia oportunidade de se