A casa estava em silêncio, exceto pelo som suave do vento batendo nas janelas. Helena ainda segurava o envelope nas mãos quando ouviu o barulho do portão se abrindo. O coração acelerou. Por um segundo, pensou que fosse outra ameaça, alguém voltando para garantir que ela tivesse entendido o recado.
Mas era Adriano.
O farol do carro iluminou o hall por alguns instantes antes de se apagar. Ela correu até a porta e, ao vê-lo entrar, o alívio foi quase físico.
— Você demorou… — sussurrou, com a voz trêmula.
Ele percebeu imediatamente algo errado.
— O que aconteceu?
Helena estendeu o envelope. Não conseguiu dizer nada; apenas observou enquanto Adriano o abria.
Quando ele viu a foto — ela e ele sorrindo, capturados num instante que parecia tão inocente — seu maxilar se contraiu.
— Quem deixou isso aqui? — perguntou, a voz grave.
— Eu não vi ninguém. Só ouvi a campainha… — respondeu, cruzando os braços, como se tentasse conter o tremor. — Estava no chão, quando abri a porta.
Adriano