O relógio marcava quase duas da manhã quando Adriano estacionou o carro em frente de casa. Havia levado Helena até a porta dela, despedindo-se com um beijo furtivo e uma promessa muda nos olhos. O coração ainda batia acelerado, e ele mal percebeu o tempo passando.
Quando abriu a porta de casa, encontrou Mariana sentada no sofá, braços cruzados, os olhos faiscando no breu da sala.
— Onde você estava? — a voz dela soou cortante, fria, mas carregada de fúria.
Adriano engoliu em seco.
— Era só um happy hour da empresa… você sabia.
— Um happy hour que acaba a essa hora? — Mariana ergueu-se do sofá, caminhando até ele. — Você acha que eu sou idiota, Adriano?
Ele suspirou, passando a mão no rosto, tentando controlar a irritação.
— Mariana, não começa. Estava com o pessoal do trabalho, perdi a hora.
— Com o pessoal… ou com alguém em especial? — o olhar dela era uma lâmina, tentando arrancar dele a confissão que temia.
O silêncio de Adriano foi a pior resposta. Ele desviou os