Narrado por Ares Marino
Ele estava ajoelhado.
Sem camisa. Sem honra. Sem forças.
As luzes do galpão refletiam no suor frio da pele dele, no sangue seco que já escorria pelo canto da boca. O príncipe do submundo russo… reduzido a um pedaço de carne que ainda respirava por puro instinto.
Eu caminhei até ele com passos lentos, sem pressa. Como quem degusta cada segundo.
— Você sabe por que ainda está vivo?
Viktor ergueu o olhar. Um olho já inchado, o outro estreito, ainda tentando carregar ódio.
— Porque você precisa que eu sofra.
— Porque você precisa aprender. — me corrigi. — E depois morrer.
Atrás de mim, Apolo acendeu o maçarico portátil. O chiado cortou o ar. Zeus testava uma das cordas reforçadas. Isabella observava tudo de braços cruzados. Fria. Firme. Rainha.
— Sabe o que você fez com a minha mulher? — perguntei.
Viktor riu. Sangue escorreu da gengiva.
— Transformei ela numa rainha. Sem mim, ela seria só mais uma sombra atrás de você.
Acertei o rosto dele com o cano da arma. Ele