Narrado por Apolo
A sala estava mergulhada num silêncio denso quando os dois entraram. Ares tirou o casaco e jogou no sofá com a expressão carregada. Zeus veio atrás, sorrindo como se tivesse acabado de sair de um show de stand-up, o que me deu nos nervos.
Zeus: — É óbvio que ele ia atrás dela. Não precisa ser nenhum gênio pra saber disso. Você não deixou o coitado ficar com a mulher. O que achou que ia acontecer?
Cruzei os braços e encarei ele com firmeza.
Apolo: — E nem vou deixar.
O riso dele morreu aos poucos. Ares caminhou até a estante e puxou uma garrafa de whisky como quem já sabia que essa conversa ia dar dor de cabeça.
Ares: — Quanto tempo falta pra mãe da garota sair do hospital?
Apolo: — Dois dias. No máximo.
Ele encheu um copo até a borda, deu um gole longo e olhou direto nos meus olhos.
Ares: — A gente precisa sair da Espanha logo, Apolo. Você tá pra virar um massacre aqui. E eu não tô nem um pouco afim de morrer longe dos meus filhos. Uma vai fazer três anos e o outro a