Narrado por Zeus Marino
Enzo saiu do meu escritório sem fazer barulho. Quando a porta fechou, deixei as fotos sobre a mesa e fiquei olhando para o vazio por alguns segundos, como quem saboreia um gole de veneno só para decorar o gosto. A cidade chiava lá fora; a guerra, aqui dentro, fazia um silêncio que doía.
Léa.
Ela e Alonso, no porto, o envelope.
E eu idiota, não. Consciente que a levei para a beira do meu fogo duas vezes.
Respirei. Contei até cinco. Recolhi as fotos e as guardei numa pasta preta, sem etiqueta. A primeira regra quando alguém tenta te conduzir é, antes de tudo, tirar a música. Eu não ia dançar no ritmo do Alonso. Ele me mandou uma mulher para me distrair. Então eu vou transformá-la em espelho. Tudo que ele fizer por trás dela, volta para a cara dele.
Saí do escritório, passei pela sala de mapas sem fazer ruído. Ares afiava o silêncio com o canivete; Apolo conferia um cronograma, o olhar de quem ouviu um pedido que não pode negar. Toquei no ombro de cada um sinal cu