Narrado por Enzo
Barcelona, final de tarde.
As ruas pareciam calmas demais, e isso só reforçava aquela sensação incômoda no meu estômago.
Eu vinha notando um padrão nos passos da Léa. Uma mulher que diz estar apenas “aproveitando a estadia” não some do hotel no meio da tarde sem avisar… e não olha por cima do ombro três vezes antes de atravessar a rua.
Hoje, decidi seguir.
Deixei a moto a uma distância segura, misturando-me no trânsito, e acompanhei o táxi em que ela entrou.
O destino me levou a uma área portuária, cheia de armazéns antigos, o cheiro de maresia misturado a ferrugem. O tipo de lugar onde a gente fecha acordos que não podem existir no papel.
O táxi parou. Ela desceu, com vestido simples e óculos escuros, mas havia algo no jeito dela… aquele andar rápido, como quem tem hora marcada e não quer ser vista.
Fiquei de canto, observando.
Foi então que a porta do prédio se abriu… e Alonso saiu.
Mesmo machucado, com o braço engessado, o desgraçado ainda carregava aquele ar arrog