Narrado por Ares
A boneca chegou pela manhã.
Uma caixa preta, envolvida em cetim, sem remetente. Estava em cima da mesa quando desci para tomar café com Isabella. Francesca já havia saído para o ateliê. Luna ainda dormia. Tudo parecia calmo… até aquele embrulho aparecer.
Meus instintos gritaram.
Peguei a caixa com cuidado. Havia um cheiro estranho. Ferroso. Como sangue seco.
Abri devagar.
E lá estava.
Uma boneca de porcelana. Vestida de noiva. O rosto rachado. A barriga aberta, com algodão sujo de sangue. Um véu branco, rasgado. E dentro da boca dela, costurado com linha preta, um bilhete manchado:
“O altar será o seu túmulo. V.”
Minha respiração congelou.
Viktor.
A porra do russo psicopata tinha mandado um recado. E não era só um aviso. Era uma declaração de guerra. No dia do meu casamento.
Joguei a boneca longe. Ela quebrou no chão, se espalhando como uma maldição. Isab