Narrado por Ares Marino
A mesa estava posta com perfeição.
Vinho tinto italiano.
Talheres de prata.
Luz baixa.
Silêncio entre as paredes.
Eu nunca organizava jantares.
Meus irmãos sabiam que, se convidei, era porque o inferno estava à mesa.
Zeus chegou primeiro.
Sempre pontual, sempre vestido como um general: terno preto, relógio de ouro no pulso e aquele olhar de quem já calculou sua próxima jogada antes de terminar a atual.
Apolo veio logo depois, tirando o casaco como se estivesse entrando num bar e não numa reunião de guerra.
— Que merda é essa, Ares? — Apolo perguntou, jogando o casaco na cadeira. — Você nunca convida a gente pra comer sem cadáver envolvido.
— Senta. — foi tudo que eu disse.
Eles se acomodaram. O vinho foi