Narrado por Zeus Marino
Ela me olhou como se já soubesse que eu voltaria. Como se tivesse me esperado esse tempo todo com aquele vestido colado ao corpo e o batom vermelho sangue pronto pra matar qualquer homem em um beijo.
Não precisei de mais que três passos dentro daquele bar barato pra sentir o cheiro dela no ar. Perfume doce, provocante, um pouco cítrico. Impossível de ignorar.
Léa.
A mulher que apareceu do nada e se instalou na minha cabeça como um veneno lento. E o pior: eu gostava da sensação.
Caminhei até ela sem dizer nada. Ela levantou a taça de vinho como se brindasse ao reencontro, e quando eu me sentei ao seu lado, ela sorriu sem virar o rosto.
Léa:
— Vai começar a frequentar o bar só pra me encontrar?
Zeus:
— E se eu disser que sim?
Léa:
— Aí eu vou dizer que você tá ficando previsível.
Zeus:
— E você, sempre aqui… não seria o mesmo?
Ela finalmente se virou, encarando meu rosto com aquele olhar que parecia atravessar tudo que eu fingia esconder. Ela jogava