A lua brilhava alta, prateando os telhados do Refúgio, mas nem sua luz suave conseguia aquecer o coração de Annabelle. Já fazia meses que ela e Andreas, junto de alguns guerreiros de confiança, percorriam cidades humanas e territórios esquecidos em busca de sua filha, Selene. Cada pista parecia evaporar no ar. Cada sussurro de esperança acabava levando-os ao nada.
Naquela noite, Annabelle voltava cansada de mais uma viagem infrutífera. Eles estavam exaustos, os lobos que os acompanhavam caminhavam em silêncio, e até os gêmeos, Bernardo e Benjamin, não conseguiam esconder o desânimo.
Andreas caminhava ao lado dela, o rosto sério, mas o olhar cheio de preocupação. Ele, que sempre se mostrava firme como pedra, começava a sentir o peso da frustração. Ver Annabelle definhar a cada dia era mais doloroso do que qualquer batalha.
— Não podemos desistir, Andreas. — A voz dela saiu baixa, mas firme, enquanto segurava a pequena medalha de prata que a filha carregava no pescoço no dia em que des