A noite caiu pesada sobre o refúgio. O silêncio que se espalhava depois dos treinos, das estratégias e das conversas tensas sobre o futuro, parecia mais ameaçador do que qualquer batalha. O vento frio penetrava pelas frestas, trazendo o cheiro distante da floresta e lembrando a todos que Magnus ainda estava lá fora, reunindo forças, aguardando o momento de atacar.
Annabelle não conseguia dormir.
Deitada ao lado de Andreas, observava o teto de pedra iluminado pela chama vacilante das tochas. Seu corpo estava cansado, mas sua mente ardia em preocupação: os filhos, a irmã desaparecida, a guerra iminente. Tudo parecia pesar sobre seus ombros.
Andreas percebeu sua inquietação. Ele sempre percebia. Rolou para o lado e a puxou suavemente contra o peito, envolvendo-a com o calor do seu corpo.
— Não consegue descansar? — perguntou em um sussurro grave, que arrepiou a pele dela.
— Não... — ela murmurou, quase sem voz. — Parece que minha mente não para. Vejo Magnus em cada sombra, ouço os gritos