A manhã nasceu lenta no refúgio, como se até o sol tivesse medo de atravessar as nuvens pesadas que cobriam o céu. O vento soprava frio das montanhas, trazendo o cheiro da terra úmida e da fumaça das fogueiras que os híbridos mantinham acesas para afastar a escuridão.
Annabelle despertou sentindo o peso do corpo de Andreas ao seu lado. O calor dele ainda a envolvia, como se fosse um escudo contra todos os males do mundo. Pela primeira vez em muito tempo, havia dormido profundamente. Sem pesadelos, sem visões. Apenas os braços dele.
Quando abriu os olhos, encontrou Andreas já desperto, observando-a com aquele olhar intenso e protetor que sempre a deixava sem ar.
— Dormiu bem? — ele perguntou, a voz rouca da manhã, mas carregada de carinho.
Annabelle assentiu, deslizando os dedos pelo rosto dele.
— Sim... e a culpa é sua. — Um leve sorriso surgiu em seus lábios, mas logo desapareceu quando o coração foi invadido por um peso familiar.
Andreas percebeu. Ele sempre percebia.
— O que hou