O Alfa Darius Blackwood sempre teve o mundo aos seus pés. Temido e respeitado, sua fama de cafajeste e conquistador ecoa por toda a alcateia. Mas, no fundo, ele sempre esperou por sua companheira destinada—mesmo que ninguém acreditasse. Aurora Hale nunca confiou em rumores, mas quando descobre que seu destino está ligado ao Alfa mais perigoso e sedutor da região, sente seu coração vacilar. Ela sempre sonhou com um amor verdadeiro, e a reputação de Darius a faz duvidar que ele seja capaz de lhe oferecer isso. Porém, negar o laço é impossível. O instinto do Alfa clama por ela, seu lobo está à beira da tormenta e ele não suporta vê-la perto de outro. Mas Aurora não se entregará tão facilmente. Se Darius quiser seu coração, terá que provar que o destino não errou ao uni-los. Entre desejo, possessividade e promessas quebradas, até onde um Alfa irá para conquistar sua verdadeira companheira?
Leer másDarius Blackwood e Aurora Hale cresceram em alcateias vizinhas, mas seus caminhos raramente se cruzaram. Ele era o herdeiro do título de Alfa da Lua, criado para comandar com força e respeito. Ela, filha de uma família respeitável, mas sem posição de liderança, sempre esteve à margem dos círculos de poder.
A primeira vez que Aurora ouviu falar de Darius, ele já carregava a fama de ser um conquistador implacável, alguém que nunca levava um relacionamento a sério. Suas histórias eram sussurradas entre as fêmeas da matilha—todas o desejavam, mas nenhuma o possuía.
Ela, por outro lado, nunca deu importância a isso. Sempre acreditou que sua alma gêmea viria no momento certo, alguém que a respeitaria e a amaria de verdade. Nunca cedeu a flertes vazios, pois seu coração e seu corpo pertenciam apenas ao seu verdadeiro companheiro.
Darius, por mais que fosse cercado por pretendentes, também nunca encontrou uma conexão real com ninguém. Mas, ao contrário de Aurora, ele escondeu esse desejo sob uma fachada de indiferença. Deixar que os outros acreditassem em sua fama de cafajeste o protegia das expectativas e dos sentimentos que não estava pronto para enfrentar.
Foi apenas no dia da cerimônia da Lua, quando todas as alcateias da região se reuniram, que os dois finalmente se viram de verdade.
O momento foi avassalador.
O uivo ecoou na noite, profundo e poderoso, anunciando a presença do Alfa. Aurora Hale sentiu um arrepio percorrer sua espinha antes mesmo de vê-lo. O ar parecia carregado, e a Lua cheia iluminava a clareira onde a alcateia se reunia.
Ela nunca teve medo dos lobisomens mais fortes da matilha, mas havia algo em Darius Blackwood que a fazia prender a respiração. Talvez fosse sua presença dominante, o jeito como seus olhos de âmbar brilhavam no escuro, ou a maneira como todos os outros lobos baixavam a cabeça em respeito quando ele passava.
Assim que os olhos de Darius encontraram os de Aurora, algo dentro dele se rompeu. O laço surgiu como uma tempestade, forte e inegável. Seu lobo rugiu dentro dele, clamando por ela.
Aurora sentiu o mesmo choque, mas, em vez de alegria, foi o medo que a dominou. Seu destino estava ligado ao lobo mais perigoso e desejado da região, um homem cuja reputação a fazia duvidar se ele realmente poderia ser fiel ao laço que os unia.
Mas Aurora não se curvaria.
— Aurora Hale. — A voz de Darius era grave, quase um ronronar perigoso.
Ela ergueu o queixo, forçando-se a manter a postura firme, apesar da tempestade que rugia dentro dela. Assim que seus olhos se encontraram, um choque elétrico percorreu seu corpo. O laço.
Destino.
Não. Não podia ser ele.
O ar ficou denso. O coração de Aurora batia tão rápido que parecia querer fugir de seu peito. Ela abriu a boca para falar, para negar o impossível, mas Darius já estava diante dela, sua presença avassaladora.
— Você é minha. — A afirmação dele soou como um decreto absoluto, uma ordem que nem mesmo a Lua ousaria contestar.
Aurora sentiu sua respiração falhar. Seu lobo interior uivava de desejo, de reconhecimento. Mas sua mente gritava outra coisa: ele era um cafajeste. Um conquistador. Alguém que nunca se prendeu a ninguém. Como poderia ser seu companheiro?
Ela apertou os punhos.
— Você está enganado. — Sua voz era firme, mas não conseguia esconder o leve tremor.
Darius rosnou, dando um passo à frente. Ele não estava acostumado a ser desafiado, muito menos pela sua própria companheira. O cheiro dela invadia seus sentidos, doce e viciante, e ele sabia que resistir era impossível. Seu lobo já a havia reivindicado.
Mas Aurora ainda resistia.
E isso só tornava tudo ainda mais perigoso.
O vento da noite soprava suavemente do lado de fora, mas dentro da fortaleza, o calor vinha de outro lugar. Caelum estava encolhido no tapete macio da sala principal, rodeado por livros e pergaminhos que mal conseguia ler, e Liora já dormia na cama de hóspedes — era a única noite tranquila desde a primeira missão.Aurora entrou com um sorriso cansado, mas doce, carregando uma bandeja com chá quente e biscoitos que ela mesma preparara.— “Olha só quem está estudando até tarde,” — disse ela, inclinando-se sobre o filho. — “Vai virar um sábio antes de virar um lobo de verdade.”Caelum ergueu os olhos, cansado, mas um sorriso tímido surgiu no rosto.— “Eu só queria aprender,” — murmurou, quase sem força.Darius entrou logo depois, os braços cruzados, mas com os olhos brilhando de ternura. Na mão, trazia uma pequena caixa de madeira.— “E eu trouxe algo,” — disse, ajoelhando-se ao lado do tapete. — “Para o nosso pequeno lobo. Mas só se você prometer que vai comer um biscoito primeiro.”Cae
O vento cortava a floresta como lâminas finas. Caelum e Liora avançavam entre os troncos antigos, silenciosos, cada passo calculado. Aurora e Darius os haviam observado de longe, garantindo que nada realmente perigoso os alcançasse — mas também deixando que sentissem o peso do mundo pela primeira vez.— “Lembrem-se,” — disse Aurora, com os olhos como brasas de cautela — “isto é só um teste. Mas tratem como se fosse real. Cada som, cada cheiro, cada sombra pode significar vida ou morte.”— “Sim, mãe,” — respondeu Caelum, com o coração batendo rápido. Ele já não era mais apenas um filhote tímido; o instinto de lobo e a conexão com os dons começavam a surgir, queimando dentro dele.Liora assentiu ao lado dele, olhos fixos adiante, dedos tocando a adaga leve que carregava. Não falavam. Não precisavam. Entre eles havia algo silencioso, quase sobrenatural, que os mantinha sincronizados.O objetivo era simples: investigar sinais de predadores perturbando a floresta próxima à fortaleza. Um ex
O salão de pedra abaixo da fortaleza não era usado há décadas. Ali, o chão era marcado com símbolos antigos, e o ar carregava o cheiro de ferro e terra úmida — o lugar onde os grandes guerreiros da Matilha da Lua Negra e da Alcateia da Tempestade foram treinados.E era lá que Caelum e Liora agora se encontravam todas as noites.— “A primeira lição,” — dizia Aurora, enquanto caminhava ao redor dos dois — “não é sobre como vencer. É sobre como sentir.”Ela parava atrás de Caelum.— “Você sabe quando um lobo mente, filho. Mas sabe reconhecer quando ele tem medo de si mesmo?”Caelum engoliu em seco.— “Ainda não.”Aurora sorriu de lado.— “Então comece.”Do outro lado do salão, Darius observava Liora com atenção. A menina estava parada em posição de guarda, os olhos fixos, o corpo rígido.— “Você está esperando o ataque,” — disse ele. — “Mas e se ele não vier com garras? E se vier com palavras? E se a ameaça for você mesma?”Liora franziu o cenho.— “Eu não temo a mim.”Darius sorriu de l
Era dia de aprendizado prático.A professora Irmara, com sua túnica cinzenta e colares de dentes antigos, conduzia a turma para fora do salão. Hoje, os filhotes aprenderiam a rastrear — não só com o nariz, mas com os sentidos da alma, como ela dizia.— “A floresta sempre fala. Mas poucos escutam,” — murmurou, enquanto caminhavam.Caelum e Liora seguiam lado a lado, os passos sincronizados. Desde que se conheceram, havia algo entre eles — não uma paixão infantil ou um amor bobo, mas uma conexão quieta, forte. Como duas pedras que, ao se tocarem, reconhecem a mesma origem.A tarefa era simples — ao menos para os outros.Rastrear uma trilha deixada por um dos guerreiros da matilha, disfarçada com cheiros de ervas, distrações e armadilhas de engano. Cada grupo teria um tempo para seguir a pista, e ao final, seria testado na clareira dos Espelhos de Névoa.Quando a vez de Caelum e Liora chegou, os outros se afastaram para observar.— “Filho do rei ou não,” — murmurou um garoto mais velho,
Na terceira semana de aula, Caelum já havia se acostumado com a sensação de ser observado. Não gostava — mas suportava. Ele era um lobo, afinal. E lobos não imploram aceitação.Naquela manhã, a sala estava mais barulhenta do que o normal. As crianças cochichavam, curiosas, com os olhos voltados para a entrada.— “É ela... a filha da Curandeira do Norte.”— “Dizem que ela fala com os ventos.”— “Ela vê coisas que nem os anciãos veem.”Caelum ergueu os olhos.Uma menina entrou pela porta.Cabelos escuros até a cintura, lisos como sombra líquida. Olhos castanho-claros, quase dourados. O rosto era calmo, mas havia um quê de firmeza na postura — como alguém que já havia enfrentado a solidão antes.Ela não olhou para ninguém. Foi direto para o canto da sala, o mesmo onde Caelum costumava se sentar. Parou ao lado dele, sem pedir licença, sem sorrir. Apenas sentou.Ele piscou, surpreso.— “Oi,” — disse ele, tentando ser simpático.A menina apenas o encarou, de soslaio. E então... assentiu com
O primeiro dia de aula na escola da matilha chegou com muito mais alvoroço do que Caelum gostaria.Aurora arrumava sua mochila feita de couro trançado, colocando um cantil pequeno, pergaminhos, carvão para escrita e um pãozinho doce embrulhado num pano.— “Vai ser legal, Cael,” — disse ela, ajeitando os cabelos dele. — “Você vai aprender a história das matilhas, as fases da lua, como rastrear cheiros... e até a calcular estrelas!”— “E se eles... não gostarem de mim?” — murmurou o menino.Darius entrou na sala, ouvindo a pergunta. Cruzou os braços e falou com aquela firmeza tranquila que só ele tinha:— “Então o problema é deles. Você é meu filho. E é mais forte do que pensa.”Caelum tentou sorrir. Mas o nó na barriga estava lá.A escola da matilha ficava em uma clareira cercada de árvores antigas, onde o vento soprava como se cochichasse histórias velhas. Havia um salão de madeira e pedra, com peles nos bancos e um fogo aceso no centro.As crianças já estavam reunidas quando ele cheg
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