CAPÍTULO 153.
Mal deram dezesseis horas e o portão já estava sendo aberto como se obedecesse a um relógio suíço. Um desfile de carros luxuosos começou a estacionar diante da mansão, cada veículo mais caro que o anterior, reluzindo sob o sol de fim de tarde. Marcas que eu só conhecia por revista ou vitrine, pessoas que cheiravam a riqueza antes mesmo de abrirem a boca. Diferente de festa de pobre, que dizem começar às dezesseis e só enche lá pelas vinte, festa de rico é cronometrada. Às dezesseis e cinco, o salão já fervilhava.
Carlos nos chamou e fomos entrando no salão principal. E aquilo, aquilo não era um salão qualquer. Era quase um palácio. Lustres de cristal pendiam do teto alto como estrelas congeladas no tempo. Colunas brancas e douradas emolduravam o espaço. As mesas redondas, todas com toalhas brancas impecáveis, pratos dourados que mais pareciam relíquias e arranjos florais tão delicados que eu temi respirar perto deles. O bolo ficava em uma mesa separada, alta, enfeitada com rosas de gl