Eu sempre achei que o silêncio fosse reconfortante.
Mas naquela noite… ele era sufocante.
O apartamento parecia ecoar um peso invisível, como se cada parede guardasse um segredo que eu ainda não sabia.
A pasta preta estava ali.
Onde ele sempre a deixava.
Como se me desafiasse.
Por dias, ignorei. Me convenci de que não era da minha conta, que se houvesse algo que eu precisasse saber, Lion me contaria. Mas depois de tudo… depois de quase perder minha vida… minha confiança não era mais a mesma.
Meus dedos tocaram o fecho frio.
O clique do metal soou como um tiro dentro da minha cabeça.
Abri.
O cheiro de papel antigo subiu.
Fotos. Documentos. Cópias de conversas.
Meu olhar foi direto para um nome que me fez estremecer: Jennifer.
Não era possível.
Mas era.
E, enquanto folheava, cada página parecia uma punhalada mais profunda.
Mensagens com duplo sentido. Anotações sobre mim.
“Ela não pode ficar solta.”
“Se o acidente for limpo, ninguém vai desconfiar.”
Meu estômago se revirou.
A respiração