A porta da cobertura se abriu com um estalo seco. Lion entrou com o corpo tenso, as mãos nos bolsos do sobretudo. Não queria estar ali. Só voltou porque sabia que precisava encarar aquilo de frente.
E lá estava ela.
Jennifer, sentada à mesa da sala de jantar como se fosse apenas mais uma noite comum. Velas acesas. Vinho servido. Pratos dispostos com precisão. O cheiro de massa fresca no ar.
— Chegou cedo hoje — disse ela, com um sorriso lento. — Achei que fosse ficar no hospital… com ela.
Lion não respondeu. Apenas jogou as chaves sobre o aparador e a encarou em silêncio. Um silêncio espesso. O tipo que grita.
— O que é isso, Jennifer? — disse, por fim, a voz fria.
Ela se levantou devagar, puxando a cadeira para ele, com a mesma calma de quem serve veneno num copo de cristal.
— É só jantar. Entre um caos e outro, achei que merecíamos uma conversa civilizada.
Lion se aproximou, mas não sentou. Cruzou os braços, os olhos queimando.
— Civilizada? Depois de tentar matar a Ana? Depois de f