!!LIVRO SENDO REVISADO!! "A traição veio da pior parte" Amanda é uma jovem de 17 anos, brasileira e cursando o último ano do ensino médio. Sendo uma pessoa que se destaca por sua beleza e inteligência, Amanda conseguiu chamar atenção de um dos principais traficantes do Rio de Janeiro que se empenhou em conquistá-lá desde os 16 anos da jovem e a ter só para ele. Um homem possessivo? talvez, mas o coração não escolhe por quem se apaixona... No início tudo são flores, o tempo passa e com isso vem as mudanças, agressões e o sentimento de possessão cada vez maior. Sentimentos são retidos, junto isso o ódio e o arrependimento. O caminho é sem volta, as atitudes suspeitas aumentam sobre seu namorado que banca um altíssimo padrão de vida além do comum para a quantidade de dinheiro que controla. É óbvio que existe algo de errado, mas o quê? Mal sabia Amanda de onde estava vindo todo esse dinheiro. O desvio é altíssimo e o verdadeiro dono...
Leer másAmanda Almeida
-Acho que estou apaixonada!- ela suspira encantada espalmando a mão sobre o peito esquerdo. Diz a minha amiga Marcela, pela quinta vez suspirando apaixonada por um dos homens que se aproxima da mercearia em um grupo de aproximadamente cinco homens no total. Ela não tem a mínima vergonha na cara! O rapaz não a encara ou algo do tipo, enquanto ela só falta o devora-ló pelos olhos azuis que possui. E isso porque ele está de costas para a gente. Reviro os olhos já cansada dessa situação. Céus! Eu não aguento mais isso, essa mulher tem uma atração surreal por traficantes. Juro! Marcela é de uma boa família, estruturada e em situação financeira estável. Vários garotos da sua escola de altíssimo padrão já quiseram se envolver com ela ou até mesmo um pedido em namoro ou pediram para conhecê-la melhor, ela quis? Não! A garota é extremamente rica! Marcela dispensou todos! Segundo a mesma, eles são sem "sal" e não tem adrenalina como esse tipo de homem que ela é apaixonada. Armas, drogas, dinheiro, ostentação e o principal, exposição e "fama". Afinal, imagina andar pelos lugares e ser vista como mulher de um traficante supostamente famoso. Cruzo os braços ao visualizar o homem que se virou o suficiente para que pudéssemos ver o seu rosto. De relance, vejo que Marcela suspira novamente olhando fixamente nos olhos do rapaz. Não pude evitar mais uma revirada de olhos ao ouvir a respiração falsa apaixonada da minha amiga ao ver o homem entregando um fuzil para um outro rapaz. Céus! Eu não aguento mais isso. -Sabe que seus pais nunca aceitariam isso.- Digo sincera dando uma leve jogada de ombros para os lados. -Ele não tem nada a oferecer, Marcela.- sou sincera e ela parece não se importar muito. Ela bufou indignada, pois, sabia que eu só tinha dito a verdade. Seus pais são advogados de uma empresa super importante e conhecida e querem que ela siga o mesmo exemplo deles. Uma vez eles descobriram que ela estava namorando um rapaz daqui da comunidade e a trancaram dentro do quarto sem celular por duas semanas. Ela não aprendeu a lição até hoje. -Estraga prazeres.- murmurou baixo mas ainda sim consegui ouvir. -Mas olha pra ele, ele é tão lindo, Amanda.- ela fez bico apoiando seu rosto sobre meu ombro. Desvio a atenção para o grupo que agora conversa entre si em frente a um pequeno mercado. Na rocinha tudo é bem movimento, sem falar no calor dos infernos que está fazendo nesse exato momento. Estamos em uma praça onde algumas crianças brincam, alguns casais se beijam e animais correm com seus donos. Do outro lado está o grupo de homens e em destaque um deles, Gabriel. Ou como ele gosta de ser chamado: Biel ou gb. Ele é alto, possui várias tatuagens espalhadas pelo corpo, rosto juvenil, olhar marcante e ainda carrega um fuzil em suas costas sem medo algum, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Inclino levemente a cabeça o analisando de cima a baixo. Até que ele é bonito mas infelizmente...não presta. -Bem que Júlia poderia apresentar ele para gente.- diz dengosa. -Que tipo de amiga não apresenta o irmão? -Pra você!- A corrijo. -Ainda bem que não tenho irmão. -E eu já disse, Marcela. Seus pais vão te matar se descobrirem sua nova obsessão. -Primo também serve.- ela brinca. -Não é como se eu fosse namorar com ele, Amanda.- ela volta sua postura anterior ainda encarando o rapaz que dessa vez parece notar a garota. Marcela rapidamente me olha pondo uma mexa dos seus fios loiros atrás da orelha. Tudo que não preciso no momento é o conhecer e piorou me envolver com esse povo. Já basta o meu tio que faz parte desse meio social. Meu tio faz parte da área financeira junto à um primo meu, os dois são quase o braço direito e esquerdo do homem tatuado. Meu tio e meu primo são os únicos que me restaram, ambos resolveram me acolher quando meus pais decidiram sumir pelo mundo e me deixar para trás. Desde então, Diego me trata como uma irmã mais nova e o meu tio como a filha que ele nunca teve. -Oi!- Júlia chega inesperadamente já se sentando ao meu lado. -O que vocês estão olhando?- Júlia estreita os olhos diretamente para o grupo de homens que agora estão no asfalto. -Sério isso?- o desgosto é nítido de em seu tom de voz e não julgo. Ela nos olha com reprovação. Mas eu avisei. Aponto com o queixo para Marcela que cruza os braços como se não fosse nada demais. -Meu irmão gente!- indaga fingindo estar irritada. -Fiquem longe do meu irmão, ele não presta e eu não sou tão ruim ao ponto de desejar ele pra uma de vocês... -Pra Marcela.- A interrompi. -Ate parece...- desdenho relaxando sobre o banco de madeira pintado de branco. -Tô fora. -Você poderia fazer a boa? Tipo, apresentar ele pra gente. A morena do cabelo cacheado e o tom de pele de quase a mesma cor dos seus fios cerra os olhos e arquea uma sobrancelha curiosa. Júlia tem vinte anos, é um amor de pessoa e nem parece que é irmã do Gabriel, ambos não se parecem em nenhum sentido. Só sabemos que ela é irmã dele porque a própria nos disse. -Vocês querem mesmo?- Questiona intrigada. -Chama! -Não!- Gritei exasperada chamando a atenção das garotas. Por sinal alto demais. Marcela me olhou com os olhos arregalados, Júlia riu alto e só então percebi que a maioria da praça me olhava e por incrível que pareça eu estava de pé. Os olhos dele estavam em mim. Acho que gritei alto demais. Sentir meu corpo congelar com sua expressão, seus olhos estão vidrados aos meus de uma forma que fez meu corpo congelar. Marcela segurou meu pulso puxando levemente para baixo para que me sentasse e assim eu fiz retornando minha postura anterior. Me sentei lentamente quebrando o contato visual com o homem e passando a encarar a minha amiga. Que droga. -Calma! Não precisa disso.- Marcela alisa meu braço na tentativa de me acalmar. -Não sabia que tinha fobia a ele. Neguei rapidamente, tentei pronunciar alguma palavra mas me calei em seguida, tive uma breve sensação de que iria gaguejar se falasse um "a". Apertei as mãos ansiosamente e cruzei as pernas balançando meu pé erguido no ar. Respirei fundo fechando os olhos abrindo em seguida. Vou ter uma crise de ansiedade agora? Tratei logo de acalmar meu coração que me parecia que iria infartar de tão acelerado que estava. Respirei novamente, Júlia me dá uma cotovelada chamando minha atenção e com o queixo aponta para os meninos que estavam prestes a atravessar à rua. Merda. -Bom.- Júlia descansa os cotovelos sobre o encosto do banco. -Não será mais necessário chamá-lo, Marcela. A loira parece ter comemorado internamente, viu suas íris azuis brilharem e suas pupilas dilatadas com a chegada do homem que se centralizava no meio dos homens mantendo uma pose ridícula á frente deles. Odeio isso. Coloquei uma mexa do meu cabelo para trás, eu estava com medo de que ele tivesse achado ruim o fato de ter encarado ele por não sei quanto tempo. Eu ainda estava usando a farda do colégio e minha mochila estava embaixo do banco, inclinei um pouco agarrando minha bolsa e logo me coloquei de pé e Júlia segura meu pulso. -Fica! Neguei puxando meu braço. Teve tempo? Não! Aqui estava Gabriel, frente a frente comigo, perto dele minha altura era ridícula e tenho que admitir, de perto ele é ainda mais bonito. Dei alguns passos para lado, Marcela se pós de pé assim como Júlia. -Não era pra você estar na faculdade?- seu timbre rígido fez meu corpo vibrar, olho para Júlia que ergue uma sobrancelha se aproximando um pouco mais do irmão. Apesar do homem ao meu lado ser um bandido e canalha, ele enxergava para a irma um caminho diferente. Pelo menos foi o que Júlia nos disse. O sonho dele é ver ela se formando e longe daqui, por isso Júlia frequenta uma das melhores faculdades particulares do rio. -Sai mais cedo hoje.- Júlia agarra o braço do irmão e pede gentilmente para os garotos se afastarem um pouco. -Olha essa é Marcela.- ela aponta para a loira que sorri e acena freneticamente para o rapaz que acena com cabeça. -Essa é Amanda, ela é a sobrinha do PJ.- minha amiga intercala o olhar entre mim e ele. Ele me olhou novamente de cima a baixo e mais uma vez o sorriso de canto surge no canto da sua boca bem desenhada e preenchida. Acho que vou desmaiar. -Não sabia que o PJ tinha sobrinha.- ele diz sério e talvez em um tom irônico. Não pude evitar a erguida desconfiada de uma das minhas sobrancelhas, ele sorri dando um passo à frente entendendo sua mão. -Gabriel, satisfação. -Amanda. Apertei sua mão contra minha vontade, de relance vi a cara de Marcela confusa olhando para nossas mãos grudadas. Soltei a sua mão e finalmente ele se afastou, ainda com suas íris em mim. Puta merda. -Desde quando você mora aqui? -Hum, desde sempre?!- Dessa vez ele riu junto com os amiguinhos idiotas dele, estreito os olhos sem entender o motivo da graça. Vou segurar a minha língua na boca pra não levar um tiro no meio da testa. O rádio do seu amigo tocou e logo ele entregou para Gabriel que estava próximo a orelha. -Visão. Ele me olha estranho, o radinho é devolvido para o garoto que aparenta ter a minha idade se duvidar. Tão novo. -Circulando.- ordena autoritário e assim os garotos fazem sem esperar por ele. -Vão pra casa, vocês três. Júlia, quando chegar me passa uma mensagem. Júlia acenou confusa. E lá se foi o Biel, ele nem sequer se despediu. Um último rapaz o esperou, ele parecia até ser mais velho que o Gabriel. Duas motos e um carro chegaram bara buscá-los, Gabriel tomou a direção de uma e antes de ir acenou em um movimento quase imperceptível. Lá se foi o biel morro a cima em um sol de quase 35 graus. Marcela e Júlia se olharam como se tivessem perguntado: você viu isso? -Que palhaçada vocês duas. Júlia iria protestar, mas eu a interrompi. -Temos que ir! Com certeza não vem coisa boa pela frente. Júlia concordou enquanto Marcela se mantinha quieta. Ciúmes, certeza. Um veículo preto estacionou e buzinou chamando por Júlia diversas vezes. Olhamos para morena que apenas apontou para o veículo. -Nossa carona. -Meus pais vão me matar.- Marcela nega sutilmente encarando o veículo onde o motorista parecia estar com pressa. -Seus pais têm vários motivos para isso, mesmo assim, olha onde vocês estar, você não muda. Digo enquanto tento empurrá-lá para dentro do veículo, por fim ela cede ou ouvir uma chuva de tiros morro a cima.Heros Caccini Observo o pequeno corpo feminino de semblante apavorado adentrar pela porta completamente tremula e pálida como se o sangue tivesse congelado em seu corpo. Provavelmente deve ser por conta do revólver apontando diretamente contra sua cabeça. Não pude evitar que escapasse um singelo sorriso de canto ao ver sua face antes apavorada em agora desespero. Agonia. Seu namoradinho está machucado, e isso dói? Faça me o favor. É uma garota bonita, apesar do seu corpo parecer está bem mais magro que nas fotos. Seus fios escuros estão presos em um rabo de cavalo mal feito e suas roupas me lembram fardamento escolar. Seu estado é quase deplorável. -Pode soltar.- Não demora muito para meu pedido ser acatado, seu corpo é empurrado para o chão em direção ao meus pés. A garota cai de joelhos mantendo sua cabeça baixa e sem pronunciar uma palavra. Ouço sua respiração descompassada à medida que me aproximo, posso sentir seu medo mesmo se estivesse a quilômetros de distâ
Amanda AlmeidaMeu coração não bate forte, não sinto a ansiedade e nem a adrenalina correr por minha veias. Eu devia está ansiosa? Claro, é o meu aniversário de 18 anos anos.Eu sonhei com esse dia, mas não pensaria que fosse ocorrer dessa maneira.Tudo tão rápido e de maneira fria e cruel.Não tenho notícias do meu tio, meu primo mau fala comigo e Julia só está conversando comigo por conta da nossa festa.Tento prestar atenção na aula de encerramento, mas meus pensamentos me incomodam.-Amanda?- ouço Sofia me chamar baixinho sentada ao meu lado. -Me empresta o corretivo?- rir baixo, Sofia sempre esquece algum material seu em casa.Abro o estojo entregando o objeto em seguida para ela.A sala está mais cheia que o normal, todo fim de semestre é isso, alunos que mau frequentam as aulas aparecendo como se nada tivesse acontecido.Ouço meu nome ser pronunciado me trazendo de volta para minha realidade.-Amanda? Por gentileza poderia me acompanhar até a diretoria, agradeço.- a diretora so
Amanda Almeida Observo as nuvens carregadas entre alguns morros altos da comunidade detalhadamente. A minha hora favorita aqui é a noite, onde todas as luzes das casas são acessas, o que me lembra bastante o natal e vagalumes em meio ao anunciado da noite.Eu amo aqui, o único defeito foi me envolver com uma pessoa errada.Não adianta me lamentar, a merda foi feita, eu aguento às consequências.Ouço o ranger dá porta do quarto ao se abrir vagarosamente.Suspiro pesado encolhendo meu corpo abraçando com os braços as minhas pernas.-Você não vem comer?- seu tom de voz é aparentemente preocupado, ecoa pelo cômodo . -Já tem dias que não come, Amanda.Só aparentemente preocupado.Eu odeio todo esse fingimento, eu odeio o seu tom de voz, o jeito que me toca é tudo tão... superficial.Se esse homem algum dia foi apaixonado por mim, morreu.Já faz dez dias que Gabriel me mantém presa no meu quarto, privada de tudo e de todos."Para sua segurança" O olho de relance notando sua aproximação si
Amanda AlmeidaSuspirei pesadamente ao ver o meu estado em frente ao espelho. Minha maquiagem é borrada pelas lágrimas que escorrem formando caminhos escuros por minha face.Apoio minhas duas mãos sobre a piá do banheiro encarando meus olhos através do reflexo do espelho.-Amanda?- ouvi a doce e receosa voz de Sofia do outro lado da porta. -Posso entrar.Rir sem humor.-É o seu banheiro, claro que pode.Sofia mora com o pai que é usuário de drogas e cliente fiel do Gabriel. Sofia me contou que eles vieram para o Rio na tentativa de dar uma vida melhor para o seu pai e que talvez ele pudesse larga o vício.Nem tudo sai como planejamos, infelizmente.Ouvi a maçaneta virar e passos em seguida, não demorou para Sofia aparecer em meu campo de visão, ela parou ao meu lado repousando sua cabeça sobre meu ombro.Ela não falou nada, apenas me abraçou de lado, permanecendo em silêncio encarando nossos reflexos.É reconforte saber que alguém estaria ali para mim, sem me julgar, independente de q
Amanda AlmeidaEsse ano letivo tá acabando comigo.Estou exausta, com sono e sobrecarregada.Uma tática que adotei foi sempre me esforçar no primeiro e segundo bimestre, assim poderia relaxar no terceiro e último.Só que agora eu tenho que ajudar Sofia a estudar matemática ou ela pode reprovar na matéria e consequentemente no ano.Explico a ele milhões e milhões de vezes a fórmula simples para resolver a equação de segundo grau.Olho para seu rosto e ela me encara de volta com uma cara imensa de interrogação.-Abre a mente, boba.- dou um tapa de leve em sua nuca, Sofia rir massageando o local.Já estamos horas e mais horas estudando sem nenhum avanço da parte dela.Não irei desistir.-Nossa, imagino perder o ano por conta de uma matéria só.- ela choraminga. -Odeio ser burra com todas as minhas forças.Não pude evitar a gargalhada que escapou e por fim das contas acabamos rindo da sua própria desgraça.-Não fique assim...- respiro fundo recuperando o fôlego. -Vamos estudar mais, ainda
Amanda AlmeidaO tempo foi passando e de lá pra cá nos aproximamos cada vez mais, não só como casal mas também como amigos.Uma coisa que me impedia de ficar com Gabriel, sou menor de idade e ele é três anos mais velho que eu.Meu tio notou mudança no rapaz que fez de tudo para agrada-ló e o aceitar futuramente assim que eu fizesse dezoito anos.Ordens do meu tio.Enquanto isso, Gabriel e eu eram ótimos amigos e como eu imaginava, isso provocou fúria em Marcela que não estava nada feliz e se afastou até dele.Júlia não falava mais comigo como antigamente, era só o básico quando eu estava presente na casa dos irmãos.Gabriel já conversou com ela, mas a mesma não quis saber, decidiu que seria melhor assim para nós duas.Eu não relutei, na verdade até tentei conversar com ela algumas vezes quando estávamos a sós mas ela fingia que eu não estava ali.Quando eu a vejo nem parece que tínhamos aquele grau de intimidade há alguns meses atrás.Gabriel me disse que Júlia e Marcela continua tend
Último capítulo