Amanda Almeida
Sinto meus joelhos fraquejarem. A cada palavra daquele homem, uma parte de mim se despedaça.
Não entendo nada. Dívida? Notas falsas? Tráfico? Palavras jogadas ao ar que me atingem sem que eu possa me defender.
Eu só sei que estou no meio de algo que não é meu.
Que não deveria ser meu.
Diego grita, tenta negociar. Gabriel cospe ódio em cada palavra, mas no fundo, vejo o medo estampado em seus olhos.
E eu? Só consigo chorar.
— Tenho certeza que ela dará conta da dívida — ele diz, e sinto minha respiração falhar.
Eu não sou uma moeda. Não sou um pagamento.
Mas, naquele lugar, sou exatamente isso.
— Por favor… — minha voz falha, embargada. — Gabriel… o que você fez?
Ele tenta se soltar. Tenta lutar. Mas não consegue.
A cena é cruel demais.
O homem volta a se aproximar de mim. Seus dedos frios tocam meu rosto como se quisessem me acalmar, mas só me deixam mais desesperada. Eu viro o rosto, recuso o toque.
Ele sorri com isso. Como se gostasse da minha resistênci