Capítulo 3

Amanda Almeida

Havia passado á tarde inteira fora junto à Gabriel que estava completamente estranho e pensativo.

A volta para casa foi tranquila, tirando ás não sei e quantas ligações do meu tio e primo.

Não precisa ver o número na tela pra saber que era eles ligando esse tempo todo.

"Se ele tivesse vindo me buscar isso tudo não teria acontecido"

Pelo menos posso acusar o meu primo pelo ocorrido de hoje. Mas realmente, se ele tivesse vindo me buscar isso não teria acontecido. Não gosto de ser muito próxima a esse tipo de gente e desde o dia que eu conheci Gabriel algo mudou na minha cabeça, ele não é quem eu pensei, muito pelo contrário.

Ele é engraçado, fofo, procura sempre fazer o bem para as pessoas e várias outras qualidades.

Isso tá sendo extremamente cômico na minha adolescência mas não posso esquecer que a minha amiga é apaixonada por ele então isso é quase que impossível de acontecer.

Meus Deus! O que eu tô pensando?!

Procuro as chaves em minha mochila, juro que abri todos os bolsos a procura da penca de chaves, as achei? Não.

É a terceira cópia de chaves perdidas só esse mês.

Bufo ao revirar os olhos.

Olho para trás vendo Gabriel ainda parado e sentando sobre a moto. Aceno um breve tchau com a palma dá mão, ele acena com a cabeça e sai arrancando morro a cima.

Só então soltei o ar que nem sabia que segurava.

A porta se abre de maneira abrupta, meu braço é agarrado e meu corpo é puxado para dentro com força. Diego me j**a contra o sofá, o olha amedronta mas sem dizer uma palavra.

Que garota louco.

-Que porra você tava fazendo com o Gabriel?- Ele ríspido, Diego cruza os braços a espera de uma resposta. -Agora tô entendendo o seu sumiço, você tá ficando louca Amanda? Se tiver, me diz que eu irei procurar um psiquiatra para você.

Ponho a mão sobre o peito fingindo um leve drama.

-Você quase me matou do coração! Como ousa tocar desse jeito?

Ele riu irônico apoiando suas mãos em volta do quadril ainda me encarando.

-Onde tu tava Amanda?- ele pergunta em um tom mais alto. -Com tanto homem, logo o Gabriel? Você tá louca garota? Você mais que ninguém sabe da índole dele? Então?

Isso porque é amigo dele, imagina se não fosse.

Diego anda de um lado para o outro inquieto, seus dedos deslizam por seus fios ondulados quase formam cachos nas pontas. Meu primo tem os dois braços fechados de tatuagens e acreditem ou não, Diego tem o meu nome tatuado no pescoço.

Sim, ele me ama de todo seu coração.

Me levantei e só então ele parou em minha frente a espera da minha resposta.

-Sabe a hora que eu te pedir pra você ir me buscar?- ele ergue uma sobrancelha e acena para que eu continue. -Então! Gabriel apareceu e arrastou meu celular tentando fazer uma brincadeira sem graça, só que ele derrubou no chão e acabou quebrando...

Meu primo fez uma careta duvidosa.

Ele não estava com cara de quem estava acreditando já que ele mesmo conhece o amigo que tem.

Mas também me conhece.

-Você deu pra ele?

Arregalei os olhos surpresa dando um passo para trás.

-Como é? Céus! Você me conhece idiota.- Peguei minha mochila encima do sofá e dei as costas para o meu primo indo em direção ao meu quarto.

-Amanda, eu não termei...

O ignorei completamente, segui em direção ao meu quarto e assim que entrei bati a porta com força trancando em seguida.

Sentei no chão abrindo à mochila retirando a caixa de dentro.

Era um iPhone 14.

Eu ainda não acredito que ganhei um celular do Gabriel, confesso que não queria mas ele insistiu tanto.

Se Diego pensou isso imagina o meu tio.

Suspirei pesadamente.

-Droga...

Tratei logo de ir tirar o chip do aparelho quebrado e colocar no meu mais novo celular.

Como eu ia explicar isso para Júlia e Marcela?

Assim que fiz a troca e reiniciei o celular procurei por nosso grupo de conversa, tentei digitar várias vezes mas no fim de todas elas desistir e preferi guardar isso só para mim.

Não demorou para Marcela mandar mensagem questionando o motivo que eu está escrevendo uma redação a essa hora da noite quase.

Apenas sorri por sua mensagem e mandei ela ir estudar.

Encostei a cabeça contra a porta fechando os olhos.

Droga...

***

Gabriel me estava sentando sobre o banco da praça quando ele estendeu a mão para mim e claro que aceitei.

Ele me puxou para o seu colo onde eu sentei, Gabriel me abraçou por trás apertando meu corpo contra seu corpo.

Estamos rodeado de homens armados fazendo nossa segurança, eu estava me sentindo me segura e protegida.

Céus, o que eu estou pensando? Eu não devo nada a ninguém mas o fato de estar sentada sobre o colo de um dos maiores traficantes do Rio já é grande coisa.

-Você é uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida.- ele beijou sutilmente meu pescoço fazendo meu corpo encolher contra o seu. -Você nunca mais sairá da minha vida, entendeu?

Apenas concordei com a cabeça.

Ele também estava se tornando importante para mim.

Erguir meu tronco rapidamente abrindo os olhos em seguidas. Minha respiração estava descompassado e meu peito subia e descia descontroladamente.

Toquei minha testa sentindo as gotas de suo que escorria por minha face.

-Que droga de sonho foi esse.

Olho para o despertador ao lado da mesinha e ainda falta alguns minutos para começar a me arrumar para aula online do meu curso.

Voltei a deitar cobrindo meu rosto novamente.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo