Heros Caccini
Observo o pequeno corpo feminino adentrar pela porta, trêmulo e pálido, como se o sangue tivesse congelado em suas veias.
Provavelmente por conta do revólver apontado diretamente contra sua cabeça.
Não pude evitar que escapasse um sorriso de canto ao ver seu semblante. O medo já não era apenas medo: era desespero.
Agonia.
Seu namoradinho está machucado… e isso dói?
Faça-me o favor.
É uma garota bonita, apesar do corpo bem mais magro do que nas fotos. Os fios escuros estão presos em um rabo de cavalo malfeito, e suas roupas lembram um fardamento escolar.
Seu estado é quase deplorável.
— Pode soltar. — Não demora para que obedeçam. Seu corpo é empurrado ao chão, bem aos meus pés.
Ela cai de joelhos, a cabeça baixa, sem pronunciar uma palavra. Sua respiração descompassada preenche o silêncio à medida que me aproximo. Posso sentir o medo dela mesmo a quilômetros de distância.
Agacho-me, ficando frente a frente com seu corpo encolhido e trêmulo como um pinscher raiv