A noite caía como um manto silencioso sobre a cabana isolada onde Ana e Adam tinham se refugiado. Havia algo de ancestral na forma como o vento cortava entre as árvores e sussurrava segredos entre as frestas da madeira. Ali, onde a civilização não ousava alcançar, o mundo parecia suspenso no tempo. Era o único lugar onde eles podiam ser apenas dois corpos tentando encontrar paz em meio à guerra.
Ana estava diante da lareira, com as pernas nuas sobre a pele de carneiro que cobria o assoalho. Usava apenas uma camisa preta de Adam, os botões soltos até a metade do ventre. A luz bruxuleante das chamas desenhava sombras sobre sua pele, revelando a curva das coxas, o contorno delicado do busto e os olhos que queimavam com algo que ia além de desejo. Era redenção. Era fúria. Era fome.
Adam a observava da cozinha, as mãos firmes apoiadas na bancada, os olhos cravados nela como se estivesse vendo um milagre. Ele estava sem camisa, os ombros largos cobertos por cicatrizes recentes, o abdômen de