O sol da manhã entrava pelas janelas do pequeno quarto alugado, pintando as paredes de um dourado tímido. A cidade era nova. As ruas, desconhecidas. Mas pela primeira vez em muito tempo, o silêncio ao redor não parecia ameaçador. Era apenas... paz.
Ana acordou antes de Adam. Sentia o calor do corpo dele atrás de si, o braço pesado envolvendo sua cintura como uma âncora suave. Por um instante, ela ficou ali, imóvel, deixando que a respiração tranquila dele embalasse os próprios pensamentos. Ainda era difícil acreditar. Estavam vivos. Livres. E, de algum modo, juntos.
Ela se virou devagar, os olhos se encontrando com o rosto dele ainda adormecido. Adam parecia mais jovem dormindo. Sem as sombras nos olhos. Sem o peso das promessas e dos pecados do sangue que carregava. Ali, ele era apenas o homem que a amava — e a quem ela havia escolhido amar, mesmo quando tudo gritava que não devia.
Ana passou os dedos pelos cabelos escuros dele e sorriu. Um sorriso pequeno, quase triste. Porque mesmo