O carro avançava pela estrada de terra como um animal cansado, rangendo a cada buraco. Ana mantinha os olhos fixos na janela, observando a floresta desaparecer pouco a pouco. A estrada tortuosa parecia levar para um mundo ainda mais desconhecido, e embora a fuga tivesse sido um alívio, a tensão em seu peito não diminuía. Não era só medo do que viriam a enfrentar. Era também medo do que já estava dentro deles.
Adam estava ao lado dela, o maxilar cerrado, os olhos fixos na estrada como se tentasse antecipar cada armadilha. O homem que os dirigia — Nico, como havia se apresentado — era uma figura silenciosa, mas o ar ao seu redor parecia pesado de mágoas antigas.
— Você tem ideia do que está fazendo, Adam? — perguntou ele depois de uma hora em silêncio. — Seu pai não vai deixar isso barato.
— Eu sei. Mas essa guerra já começou. E eu não vou mais recuar.
— Ele vai mandar caçadores atrás de vocês. Gente que não hesita, que não tem alma. Você acha que está pronto?
Adam olhou para Ana por um