O homem sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos.
- Adam não tem amigos. - Eu não acredito nisso. disse Ana, sentindo a raiva subir. - Eu sei que ele está em perigo. Você pode me dizer onde ele está?" O homem riu, um som frio e sem humor. - Você é teimosa, garota. Mas eu gosto disso. Adam também gosta. - O que você quer dizer com isso? perguntou Ana, confusa. - Eu quero dizer que você é problema pra mim e pra ele. respondeu o homem, levantando-se da mesa. - E problemas precisam ser resolvidos com urgência. Ele se aproximou de Ana, e ela recuou, sentindo-se encurralada. - O que você vai fazer? perguntou ela, a voz trêmula. - Eu vou te levar até Adam, não era isso que tanto desejava garota. respondeu o homem, segurando o braço dela com força. - E você vai convencê-lo a voltar para casa comigo. Ana tentou se soltar, mas o homem era forte demais. Ele a arrastou para fora do café e a colocou no carro. Ana sentiu o pânico subir em sua garganta. Ela estava sendo sequestrada. Ana sentiu o pânico crescer dentro de si enquanto o carro acelerava, afastando-a cada vez mais da cidade. O homem ao volante, com seu olhar frio e sorriso ameaçador, não dizia uma palavra, apenas observava a estrada à frente. Ana tentou manter a calma, mas o medo a paralisava. - Onde você está me levando? perguntou ela, a voz tremendo. O homem não respondeu, apenas sorriu, um sorriso que fez Ana sentir um calafrio percorrer sua espinha. Ela tentou abrir a porta do carro, mas estava trancada. Ela se sentia como um animal encurralado, sem ter para onde fugir. Depois de alguns minutos, o carro saiu da estrada principal e entrou em uma estrada de terra, cercada por árvores altas e densas. Ana sentiu o coração bater mais rápido, o medo se transformando em terror. Onde eles estavam indo? O que o homem queria com ela? O carro parou em frente a uma casa isolada, no meio da floresta. A casa era grande e antiga, com janelas escuras e um ar sombrio. O homem desligou o carro e saiu, abrindo a porta para Ana. - Vamos! disse ele, a voz fria e autoritária. Ana hesitou, mas sabia que não tinha escolha. Ela saiu do carro e seguiu o homem até a porta da casa. Ele abriu a porta e a empurrou para dentro. Ana tropeçou e caiu no chão, sentindo o medo tomar conta de seu corpo. A casa era escura e empoeirada, com móveis antigos e cortinas rasgadas. Ana se levantou e olhou ao redor, tentando encontrar uma saída. Mas a casa era um grande labirinto, com muitos corredores e portas fechadas. - Adam está aqui? perguntou ela, a voz fraca. - Sim. respondeu o homem, sorrindo. - Ele está esperando por você. Ele a guiou por um corredor escuro e a levou até uma porta fechada. Ele abriu a porta e a empurrou para dentro. Ana caiu em um quarto escuro, sentindo o medo se transformar em pânico. O quarto era pequeno e vazio, com apenas uma cama de ferro e uma cadeira. A única luz vinha de uma pequena janela, que mostrava a floresta escura lá fora. Ana se levantou e olhou ao redor, tentando encontrar uma saída. Mas a porta estava trancada, e a janela era pequena demais para passar. - Adam? chamou ela, a voz tremendo. Não houve resposta. Ana se sentou na cama, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. Ela estava presa, sozinha, em um lugar desconhecido. O que Adam estava fazendo? Por que ele a havia deixado ali? De repente, a porta se abriu, e Adam entrou no quarto. Ele estava pálido e abatido, com olheiras profundas e um olhar cansado. Ana correu até ele e o abraçou, sentindo o alívio tomar conta de seu corpo. - Adam, o que está acontecendo? perguntou ela, as lágrimas escorrendo pelo rosto. - Por que você me deixou aqui? Adam a abraçou de volta, apertando-a contra o peito. - Eu sinto muito, Ana. murmurou ele, a voz rouca. - Eu não queria que você se envolvesse nisso. - Nisso o quê exatamente? perguntou Ana, afastando-se dele. - O que está acontecendo? Adam suspirou e olhou para ela, os olhos azuis cheios de tristeza. - Meu pai... começou ele, a voz trêmula. - Ele não quer que eu fique com você O alívio de Ana ao ver Adam foi momentâneo, rapidamente substituído pela confusão e pelo medo renovado. As palavras dele ecoavam no pequeno quarto escuro, carregadas de um peso que ela não conseguia decifrar. - Seu pai? - repetiu Ana, franzindo a testa, tentando processar a informação. - Mas por quê? O que ele tem contra mim? Adam desviou o olhar, caminhando hesitantemente até a pequena janela e fitando a densa floresta lá fora. A luz fraca que entrava realçava as olheiras profundas sob seus olhos azuis, antes tão vibrantes e agora carregados de uma tristeza opaca. - É complicado, Ana. Muito complicado. - Sua voz era um sussurro rouco, quase inaudível. - Complicado como? ele me sequestrou, me trouxe para este lugar isolado... Isso não é só complicado, Adam, é assustador! - A voz de Ana tremia, a raiva começando a borbulhar sob a camada de medo. - Eu mereço uma explicação agora! Adam se virou, o rosto contraído em uma expressão de dor. Ele tentou se aproximar, mas Ana recuou, mantendo uma distância segura entre eles. - Eu sei, meu amor, eu sei. Você tem toda a razão de estar com raiva e assustada. Eu nunca quis que você passasse por isso. Mas eu não tinha escolha. - Não tinha escolha? - Ana riu, um som amargo e incrédulo. - Você sempre tem uma escolha, Adam! Você escolheu me colocar naquele carro com aquele homem assustador, você escolheu me trazer para este lugar... - Ele me ameaçou, Ana. - A voz de Adam era urgente, quase desesperada. - Ele disse que se eu não fizesse o que ele queria, ele... ele te machucaria. O coração de Ana gelou. Aquela era a pior das hipóteses, o medo que ela tentava desesperadamente afastar desde que o carro saíra da estrada principal.