Nova York tinha um som próprio.
Não era um barulho.
Era uma batida.
O táxi deslizava entre as ruas largas e Allegra apertava o broche no bolso do casaco, tentando sincronizar seu peito com aquele ritmo novo.
— Essa cidade respira alto — murmurou, olhando pela janela.
Lucca sorriu, do outro lado do banco:
— Ela respira como você quando pinta: sem pedir permissão.
O prédio da Fundação Guggenheim surgiu como uma espiral futurista entre os prédios tradicionais.
Um monumento de arte e reinvenção.
Um sussurro dizendo: aqui, o novo tem vez.
O espaço reservado para Allegra ficava numa sala de vidro elevada, com janelas que deixavam o Central Park espiar lá de fora.
A curadora responsável, uma mulher elegante de cabelos curtos chamada Maya, os recebeu com um sorriso generoso e voz pausada:
— Allegra Bianchi. Seja bem-vinda.
Estamos muito felizes por você estar aqui.
— Eu ainda não sei se estou pronta — Allegra disse, meio brincando, meio real.
— Que bom.
Os que duvidam de si costumam ser os ma