No dia seguinte à apresentação, Allegra acordou com uma sensação estranha:
Como se o mundo ainda estivesse segurando a respiração depois de tudo o que ela mostrou.
No quarto do pequeno apartamento em Nova York, o sol atravessava a janela com uma luz morna, pintando a parede de dourado.
Louis não estava ali — claro, porque Louis era o rei de Paris.
Mas ela pensou nele, deitada de lado, com um sorriso cansado nos lábios.
Lucca ainda dormia no sofá, com o violino apoiado ao lado e o casaco cobrindo metade do rosto.
Ela se levantou devagar, fez café, abriu o notebook.
E ali estavam eles.
Os e-mails.
Mais de trinta, apenas com o título:
"Depois do Silêncio"
Alguns vinham de colecionadores.
Outros, de curadores independentes.
Outros ainda, de pessoas comuns, que viram a obra, se emocionaram e queriam escrever algo, nem que fosse só para agradecer.
Um, no entanto, a fez parar.
“Querida Allegra,
Nós, da Éditions De L’Âme, acompanhamos sua carreira desde Paris.
Sua arte é palavra.
Sua palavra