A caneca de chá ainda fumegava ao lado dos pincéis quando Allegra terminou o último detalhe.
Fechou os olhos, passou os dedos pelo papel seco e sorriu.
— Pronto — sussurrou. — Está pronto.
A última ilustração.
A capa do livro.
A Allegra que atravessou todas as sombras… agora, inteira sobre o papel.
Era uma pintura em aquarela, delicada e honesta.
Mostrava uma mulher sentada em frente a uma janela aberta, com o sol entrando devagar, pincéis espalhados aos pés e um violino encostado na parede.
No canto da tela, quase imperceptível, um gato laranja dormia sobre uma almofada azul.
Naquela semana, a casa de Annecy virou um pequeno redemoinho de alegria.
Sophia colava etiquetas em envelopes com os nomes dos primeiros compradores do livro. Lucca cuidava do som da trilha instrumental que acompanharia a edição especial. Louis, claro, dormia sobre todos os papéis importantes.
— Ele é um censor artístico — dizia Allegra, rindo. — Se Louis não deita em cima, é porque não tá bom o suficiente.
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