A confirmação chegou numa segunda-feira que parecia normal demais para conter tantas possibilidades.
O e-mail da Fundação Guggenheim tinha apenas uma linha no assunto:
“Confirmado: Allegra Bianchi na Exposição Jovens Contemporâneos — Sessão de Outono.”
O corpo do texto explicava tudo com elegância:
“Sua obra será exibida entre nomes emergentes de todo o mundo.
Acreditamos na força da sua voz.
Esperamos você em Nova York.”
Allegra leu e releu, sentada no chão do ateliê, com o computador no colo e o coração martelando.
— Eu vou.
Sussurrou, como se ainda não acreditasse.
Sophia entrou no cômodo segurando duas canecas de café, viu o rosto dela e arregalou os olhos.
— Aconteceu?
— Aconteceu.
— Oh mon Dieu...
As duas se abraçaram no meio da bagunça de pincéis, telas e notas rabiscadas com carvão.
— Isso muda tudo — disse Sophia, sorrindo com os olhos.
— Isso me muda — respondeu Allegra. — Mas de um jeito bom.
Lucca chegou uma hora depois, com pão fresco, flores e o estojo do violino a tirac