Na manhã de terça-feira, Allegra acordou com o som da notificação do celular ecoando pelo quarto como um sussurro insistente.
Ainda meio sonolenta, puxou o cobertor até o queixo e esticou o braço em direção à tela.
“Assunto: Proposta oficial – Galeria de Amsterdam”
O coração acelerou antes mesmo de abrir o e-mail.
Leu a mensagem devagar. Depois, de novo. E mais uma vez, como se não conseguisse acreditar.
A galeria De Kade, no centro de Amsterdam, queria abrir a temporada de primavera com uma exposição solo da série Entrelinhas.
Eles sugeriam um coquetel de abertura, uma instalação interativa onde o público poderia escrever cartas anônimas para si mesmos e deixá-las ao lado das obras.
Queriam oito telas. Textos visíveis. Sentimento cru.
“Verdade. Essa é a palavra que define o seu trabalho, Allegra Bianchi.”
Ela foi até a cozinha com os olhos ainda brilhando. Lucca já preparava café, e Sophia comia morangos direto da caixa, sentada na bancada.
— Tem suco de laranja, café, pão... e uma n