O avião aterrissou em Amsterdam com um sol tímido iluminando as nuvens de algodão. Allegra espiou pela janelinha e sentiu o coração bater mais rápido.
— Estamos mesmo aqui — murmurou, e Sophia sorriu ao lado.
— E prontos pra tomar chuva, vento e um monte de holandeses educadíssimos elogiando sua arte.
Elas riram.
Lucca não pôde ir — compromissos com um novo projeto musical o prenderam em Paris. Mas ele mandou um bilhete dobrado no bolso do casaco dela:
“Se Amsterdam te tocar fundo demais, lembra: eu já te ouvi.
E continuo ouvindo, onde estiver.
— L.”
A galeria De Kade ficava em uma rua arborizada, com ciclovias, vitrines de lojas pequenas e cafés silenciosos. Era um prédio de janelas grandes, com uma escada em espiral que Allegra achou poética demais para suportar tanta responsabilidade.
Anaïs já a esperava com um cronograma na mão, um crachá com seu nome e uma taça de vinho branco (eram 11h da manhã).
— Mon amour! Eles estão apaixonados. A equipe da curadoria ficou em silêncio por tr