Capítulo 47

A primeira manhã de Allegra como artista da série nova começou com cheiro de pão fresco, som de piano vindo do andar de baixo e a luz mais bonita que já entrara pela janela triangular do ateliê.

Ela subiu devagar, como se cada degrau carregasse um tipo diferente de expectativa.

Sobre a escrivaninha, uma caixa pequena de papel kraft.

Dentro dela, dezenas de envelopes — alguns fechados, outros amarelados, outros sem remetente.

Cartas que ela escrevera para si mesma durante os anos com Enzo.

Cartas que nunca teve coragem de ler até o fim.

Outras que vinham desde a adolescência.

Mensagens de amor.

De raiva.

De vazio.

E ali, no coração de tudo, uma carta sem data.

Apenas com um título: “Se um dia você esquecer de quem é.”

Ela não leu.

Ainda não.

Colocou a carta ao lado da tela em branco e respirou fundo.

Hoje começava.

A série Entrelinhas não seria bonita.

Não seria perfeita.

Mas seria real.

— Você vai pintar com base nas cartas? — perguntou Lucca, aparecendo na porta com uma caneca fumega
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