Capítulo 36

Acordei com o celular vibrando incessantemente sobre a mesa de cabeceira.

Sentei na cama devagar, ainda sentindo o corpo flutuar entre cansaço e êxtase. A claridade atravessava a janela com gentileza. Paris parecia respirar devagar, como quem respeita o silêncio depois de uma grande noite.

Quando olhei a tela do celular, havia 17 notificações.

Eram mensagens, e-mails, marcações em redes sociais. A primeira foi de Anaïs:

“Você nasceu para isso. Responda quando acordar, temos MUITO o que conversar.”

Depois, uma de uma curadora em Lisboa.

Uma de uma revista de arte independente de Berlim.

E outra — com um convite que me fez prender a respiração — de uma feira internacional em Barcelona.

— SOPHIA! — gritei, ainda de pijama, atravessando o corredor com o celular na mão.

Ela já estava na cozinha, de roupão, cabelo bagunçado, com Louis dormindo no colo e café derramando no balcão. Olhou pra mim com a xícara na mão e a expressão de quem sabia exatamente o que eu ia dizer.

— Acordou, minha est
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