Acordei com o celular vibrando incessantemente sobre a mesa de cabeceira.
Sentei na cama devagar, ainda sentindo o corpo flutuar entre cansaço e êxtase. A claridade atravessava a janela com gentileza. Paris parecia respirar devagar, como quem respeita o silêncio depois de uma grande noite.
Quando olhei a tela do celular, havia 17 notificações.
Eram mensagens, e-mails, marcações em redes sociais. A primeira foi de Anaïs:
“Você nasceu para isso. Responda quando acordar, temos MUITO o que conversar.”
Depois, uma de uma curadora em Lisboa.
Uma de uma revista de arte independente de Berlim.
E outra — com um convite que me fez prender a respiração — de uma feira internacional em Barcelona.
— SOPHIA! — gritei, ainda de pijama, atravessando o corredor com o celular na mão.
Ela já estava na cozinha, de roupão, cabelo bagunçado, com Louis dormindo no colo e café derramando no balcão. Olhou pra mim com a xícara na mão e a expressão de quem sabia exatamente o que eu ia dizer.
— Acordou, minha est