Acordei com o som suave da chaleira na cozinha e o cheiro de café recém-passado se espalhando pelo apartamento.
Sophia cantarolava alguma música francesa indecifrável enquanto Louis tentava, pela milésima vez, abrir a gaveta de biscoitos. Vesti um moletom largo, amarrei o cabelo num coque improvisado e caminhei até a sala com a sensação de que aquele dia... tinha cheiro de mudança.
— Acordou a tempo de tomar café com estilo — disse Sophia, colocando uma taça de suco ao lado de uma pilha de croissants.
— Estilo é sua segunda língua?
— Estilo é o que nos separa do caos.
Sentei à mesa, peguei um pedaço de pão ainda morno e suspirei.
— Hoje Anaïs vem.
— Eu sei. Já preparei tudo. Biscoitos, chá e um fundo musical suave para parecer que somos pessoas civilizadas e não duas artistas cheias de olheiras e crises existenciais.
— É por isso que te amo.
Ela piscou.
— Eu também me amo. Mas hoje é sobre você, Bianchi. Hoje você é artista internacional em reunião com curadora.
Às 10h30 em ponto, a c