Lucia desembarcou em silêncio.
Dessa vez, não havia mensagens no celular, nem atualizações na rede interna.
A cidade estava estranhamente calma.
Como o silêncio que antecede a guerra.
Adriana a esperava do lado de fora do terminal.
— Ele falou?
— Falou tudo — Lucia respondeu, entregando-lhe o pequeno caderno de Don Rafael.
Adriana o abriu ali mesmo.
Letras minúsculas, escritas com precisão de bisturi.
— Isso aqui…
— …é o esqueleto da serpente — Lucia completou.
—
No carro, Adriana comentou:
— Recebemos um aviso anônimo.
Dizem que o “gargalo” será rompido hoje.
Lucia franziu o cenho.
— Gargalo?
— Nome-código que Selene usava pra definir a entrada principal da FONTE.
Lucia gelou.
— O portão norte?
— Exato.
—
Correram o resto do trajeto.
Ao longe, colunas de fumaça já surgiam no horizonte.
— Não — Lucia murmurou. —
Não hoje.
O portão norte estava em chamas.
Os galhos das oliveiras plantadas pelas meninas ardiam como tochas.
O fogo não havia atingido a estrutura interna da FONTE, mas deix