Lucia regava as hortênsias quando Serena apareceu com o celular na mão.
— Mensagem de Adriana.
Urgente.
Lucia suspirou, limpando as mãos na calça de linho.
— O que houve? Roma pegou fogo de novo?
— Pior. Estão querendo te dar uma medalha.
Lucia arqueou a sobrancelha.
— Isso é sério?
— Sério. Um prêmio de honra civil, reconhecimento pela reconstrução, aquelas coisas que eles dão quando não sabem como agradecer.
Lucia riu.
— E o que eu faço com uma medalha?
— Pode usar como peso de papel.
— Ou derreter e fazer um colar.
Serena se aproximou, ainda com o celular.
— Mas o mais importante não é a medalha.
Adriana quer que você vá conhecer um novo espaço.
— Que tipo de espaço?
— Uma fundação. Criada com o que restou dos cofres de Domenico.
Vai abrigar mulheres em fuga. Crianças sem registro. Refugiadas.
E precisa de um nome.
Lucia parou por um instante.
— Ela quer que eu dê o nome?
— Ela quer que você batize.
E que dirija.
Lucia olhou para o jardim.
Para o céu limpo.
Para a vida que finalmen