Lucia encarava Elena como quem vê um eco.
A mulher diante dela parecia saída de um pesadelo antigo:
mesmo olhar firme, mas sem arrogância.
Mesmo queixo erguido, mas sem ameaça.
A única diferença era o cansaço.
Elena parecia… cansada de sobreviver.
— Você está morta — disse Lucia, quase como um sussurro.
— Estive.
Serena apareceu na porta, ainda atônita.
— Quem é?
— Uma lembrança — respondeu Lucia. — Que não pedi pra revisitar.
Elena deu um passo à frente.
— Preciso falar com você.
Lucia hesitou.
Depois, abriu espaço.
— Entre. Mas saiba que não tenho mais armas escondidas.
— E eu não vim como inimiga.
—
Sentaram-se na sala, entre o cheiro do vinho que ainda estava sobre a mesa e o som baixo da música francesa que continuava tocando como se nada tivesse acontecido.
Serena serviu chá, silenciosa.
Elena não tirava os olhos de Lucia.
— Como sobreviveu? — perguntou Lucia.
— Fugi antes da queda da Casa.
Ajuda de um dos antigos soldados.
Ele me devia. Me escondeu.
Depois, sumi. Mudei de nome.