Lucia encarava o reflexo no espelho com um misto de cansaço e determinação. A notícia sobre a verdadeira mãe de Amara, revelada por Domenico, ainda pulsava dentro dela como uma batida fora do compasso.
Sua tia. A irmã da própria mãe. Um laço de sangue duplo.
Uma traição costurada dentro da própria linhagem.
A Casa Mancini sempre fora uma tapeçaria rica, mas agora Lucia percebia: havia fios podres atravessando o tecido. E se ela não os arrancasse a tempo, tudo desmancharia.
Serena apareceu atrás dela, o olhar firme.
— Adriana quer falar com você. Agora.
— Algo aconteceu?
— Sim. E você vai querer ouvir isso sentada.
—
Na sala restrita do conselho, Adriana colocava um conjunto de documentos sobre a mesa. Matteo estava ao seu lado, tenso.
— Seguimos o rastro de Domenico — começou Adriana. — E encontramos registros do diário que ele mencionou. Um segundo caderno de anotações, escondido durante mais de duas décadas num cofre bancário em Zurique.
Lucia estreitou os olhos.
— E o que tem nesse