A madrugada caiu pesada sobre a Casa Mancini. No céu, nuvens encobriam a lua, como se até os astros temessem testemunhar o que estava por vir. Dentro da mansão, o silêncio era apenas aparente — sob as pedras centenárias, o verdadeiro perigo ganhava forma.
Enquanto Lucia dormia, exausta após a decisão histórica de levar Amara a julgamento público, Serena continuava alerta. Ela sentia, no fundo do peito, que algo estava prestes a desmoronar. E esse instinto, treinado em anos de guerra, raramente errava.
Na ala leste da Casa, um vulto avançava pelas passagens internas como se fizesse parte das paredes. O frasco âmbar escondido sob o manto era discreto, mas letal. O conteúdo, encomendado de forma anônima a um antigo contato do submundo, era um veneno que simulava falência cardíaca. Indetectável. Silencioso.
E Amara era o alvo.
—
No andar superior, Serena se aproximava da cela da irmã renegada. Desde que Lucia revelara a verdade ao Conselho, o lugar estava mais vigiado, mas ela sabia que o