O sol mal despontava no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e avermelhados, quando Lucia despertou com a sensação pesada de que algo estava errado. Não era o peso da ferida no ombro, nem o cansaço das últimas batalhas. Era um pressentimento, uma sombra silenciosa que lhe sussurrava no ouvido.
Na sala de estar da Casa Mancini, Serena já aguardava, sentada em uma poltrona de couro, os olhos fixos na janela. Quando Lucia entrou, ela se levantou sem dizer uma palavra, como se o ar estivesse carregado demais para qualquer conversa fácil.
— O que foi? — perguntou Lucia, preocupada.
Serena virou-se lentamente.
— Recebemos uma mensagem.
— De Amara?
Serena assentiu, puxando um envelope preto do bolso.
— Ela quer negociar.
Lucia franziu o cenho.
— Negociar? Depois de tudo?
— Sim. Mas não é uma oferta de paz.
Ela abriu o envelope e puxou um papel, com letras afiadas e ameaçadoras.
“Se querem salvar o que resta, venham até o porto abandonado amanhã ao entardecer.
Tragam quem amam.
Ou perca