A manhã seguinte ao baile parecia calma demais.
Como o silêncio de um animal antes do bote.
No café, Dante lia o jornal com a mesma expressão de sempre — dura, atenta, inquebrável.
Mas seus olhos pararam na manchete:
“Escândalo na máfia: Giulia di Ravello acusada de trair o legado Morelli.”
Ele dobrou o jornal.
— Isso vai custar caro.
— Está com medo?
— Estou me preparando.
—
Na ala leste da mansão, Vittoria tomava chá no jardim como se estivesse em um spa, não no epicentro de uma guerra.
— Foi um espetáculo — ela disse. — A Giulia perdeu o controle.
Perder o respeito dos aliados dói mais que qualquer tiro.
— Ela não vai ficar quieta — murmurei.
— Claro que não.
Ela vai querer te destruir.
— E vai tentar usar Dante pra isso.
Vittoria parou de sorrir.
— O que você quer dizer?
— Ela conhece o passado dele. O mais podre.
E se ela trouxer isso à tona…
— Serena. Cuidado.
— Não, Vittoria.
Quem tem que ter cuidado é ela.
—
Duas horas depois, Lorenzo entrou no meu quarto.
— Precisamos convers