O rabecão preto era um vulto sinistro contra a neblina cinzenta do amanhecer. Eu estava de pé, observando, o vento frio enrolando-se nas pontas do meu cabelo recém-cortado. A dor era uma pedra no meu peito, sólida e pesada. Shoji estava ao meu lado, seu usual ar de rebeldia substituído por uma quietude sombria. As tatuagens em seu pescoço pareciam mais pálidas sob a luz fraca que antecedia o dia.
Dois Corvos, vestidos de negro como a ocasião exigia, carregavam com solenidade o caixão de carvalho simples que continha os restos de Lorenzo. Cada passo deles era cuidadoso, um contraste gritante com a violência brutal de seu fim. Eu não conseguia tirar os olhos daquela caixa. Dentro dela estava não apenas um irmão, mas a primeira grande vítima do meu jogo, o primeiro elo da corrente que eu agora carregaria para sempre.— Os meninos estão seguros? — perguntei, minha voz rouca da noite de gritos silenciosos.— Ravish, Rei e Jasper estão no chalé, como você pediu