O cheiro antisséptico do hospital era um bálsamo familiar após o turbilhão da manhã. Cada passo pelo corredor limpo e iluminado era uma tentativa de voltar à normalidade, de calçar a pele de Elysa, a enfermeira, e deixar para trás a herdeira dos Lupin, a mentirosa, a mulher possuída por um homem que talvez não existisse.
Empurrei a porta do vestiário, ansiosa pela relativa solidão, pelo silêncio dos armários metálicos. Precisava de um momento. Apenas um momento para respirar, para tentar encaixar o nome "Ryan Carter" em algum lugar da minha mente que não fosse um buraco negro de pânico. A porta se fechou atrás de mim com um baque repentino e brutal, tão forte que fez os armários tremerem. Eu me virei, de sobressalto, e meu coração pulou para a garganta. Kate estava lá. Seu corpo, mais alto e magro que o meu, bloqueava a saída. Seus ombros, usualmente relaxados numa postura descontraída, estavam tensos. Seus olhos castanhos, normalmente ch