O carro preto parou diante da entrada da mansão. Isadora desceu com passos firmes, o salto ecoando contra o mármore do hall. Não havia tempo a perder. Entregou a bolsa para uma das funcionárias e seguiu em direção à sala principal.
O coração dela batia como um tambor no peito, cada segundo parecia um anúncio de tragédia. Empurrou a porta dupla e entrou.
A cena que encontrou a fez estacar no lugar por um instante.
Na sala ampla, com as cortinas abertas deixando a luz da tarde entrar, Maia e Henrique estavam sentados lado a lado no sofá, conversando como velhos conhecidos enquanto na televisão passava um noticiário qualquer.
Henrique ria de alguma coisa que a mãe dela dissera, com uma naturalidade que Isadora jamais teria imaginado. Aquele homem, que ela supunha estar sendo triturado vivo pela língua afiada da mãe, estava ali, relaxado, como se fizesse parte daquele cenário desde sempre.
— Mãe? — Isadora chamou, sua voz cheia de incredulidade. — Você disse que viria em dois dias!
Maia v